Exposição Símbolo Confinado

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O SÍMBOLO CONFINADO

“Esse título não tem o propósito de elucidar a  situação de confinamento que o mundo atual vive, a ideia surgiu em 2017, mas com a pandemia que confinou a todos promove encaixe absoluto da ideia….

A ideia de confinar objetos sempre esteve atrelada ao processo da pintura e do desenho: a pintura sugere o confinamento da imagem em suporte estático, definido em medidas e restrito ao plano; o desenho é a gênese da ideia, o objeto é um veículo para a tridimensão. Busca-se, então, com este trabalho, o compartilhamento de práticas que possam definir um método de pensamento visual que torne possível a leitura do trabalho desde a concepção até uma possível conclusão; assim, a partir de objetos em estado de confinamento, procurar-se-á contornar, através da teoria, códigos da contemporaneidade e as possíveis correspondências que o universo simbólico enfrenta.

A limitação de símbolos e formas confinadas demonstra, em seu aspecto, um modo de organizar o pensamento estético, organizando o processo de trabalho, de forma que objetos e formas sejam submetidos a toda espécie de confinamento e produzam relação de conteúdo que permita refletir sobre significados simbólicos que suportem o diálogo com o modo de vida da sociedade contemporânea, na qual o confinamento é um pressuposto de sobrevivência.

Essa produção de objetos e materiais reclusos em suportes variados surgiu da necessidade de superar a contenção que a pintura “contida” no plano apresenta. Trabalhando-se, então, essa ideia, exercícios e tentativas com vários materiais e suportes foram aparecendo no processo de trabalho: utilizar caixas com lentes em aberturas mínimas e objetos no seu interior; vidros com objetos submersos em líquido; frascos como suporte de imagens desenhadas e objetos colhidos da natureza; vídeos onde a pintura é deslocada para lagos, como tentativa de fuga do confinamento da parede; vídeos com potes de conserva com inserção de um ventilador no qual o objeto confinado é submerso em líquido e adquire movimento. 

Tais estados de confinamento permitem também refletir sobre o estado de profanação, como coloca Giorgio Agamben, em “Elogio à Profanação”.

A profanação implica, por sua vez, uma neutralização daquilo que profana

Depois de ter sido profanado, o que estava indisponível e separado, perde sua aura e acaba restituído ao uso… 

Puro, profano, livre dos nomes sagrados é o que é restituído ao uso comum dos homens.

AGAMBEN, 2009

Sobre o artista 

Renato Izabela é paulista, licenciado em Artes Plásticas pela FAAP e formado em gravura pela Scuola Grafica di Venezia, cursou animação na Le Carte Magiche em Padova, ambas na Itália. Fez ilustrações para Folha de São Paulo, Revista Saúde, Revista SESC, Revista Bovespa e em inúmeros livros. 

Participou de diversas exposições coletivas e individuais por todo o Brasil – em salões de humor como o de Piracicaba, em espaços culturais, em galerias e na FAAP, entre outras. Atualmente é representado pela Galeria Solange Viana e atua como professor de História da Arte no Colégio Ítaca.

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